segunda-feira, 19 de julho de 2010

botar

Levi Nauter



Maria,

Escrevo este texto quando estás com um ano e três meses. Há algumas semanas aprendeste a dizer nitidamente uma palavra (porque há muitas outras que não temos a mínima ideia do que possam significar): botar. A coisa mais linda e emocionante do mundo é ouvir-te dizer com voz bem dengosa: “botá”.
Acho que tem a ver com o que muito vens ouvindo. Quando tiras um pote da gaveta, eu e/ou a mamãe falamos: ‘bota lá’ (apontando para a gaveta). Quando abres alguma gaveta do escritório ou quando eu pego o balde para guardar teus brinquedos, tasco: ‘bota aqui’.
Então chegaste para ampliar esse significado, pelo menos no aconchego de nossa casa. Quando queres mamar, olhas a mamadeira e diz cheia de dengo: ‘botar’! quando com sede, ‘botar’ – diz olhando a mamadeira. Para pedir uma bolacha, uma fruta, uma caneta, um caderno: ‘botar’.
A gente se enche de alegria, de emoção e te cobrimos de beijos. Que mistério maravilhoso um ser que era prematuro, miudinho – agora com 81 cm e 11Kg – começar a falar de um jeito tão lindinho.
Continue, filha. Te amamos muito. Grava isso. 




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