Levi Nauter
Tô louco pra te ver
chegar
Tô louco pra te ter nas
mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu
coração
Eu não existo longe de
você[1]
Maria,
hoje te acordamos com muitos beijinhos. Eu e a mamãe acordamos antes,
ficamos meio que recordando sobre o dia 24 de março de 2009. Naquele dia não tínhamos
a mínima ideia do teu nascimento. Era para ser apenas um exame. De repente,
estávamos contigo nos braços. Aí não aguentamos, levantamos e fomos para o teu
quarto (que a mamãe preparou enquanto a barriga crescia contigo dentro) e te
enchemos de beijo. Sentir teu corpinho quentinho, notar-te respirando e sentir
teu cheiro é uma das melhores coisas que existem. Em seguida começamos a cantar
o ‘parabéns a você’. Esses pequenos momentos é que dão sentido a nossa família
(comermos pipoca juntos, tomar sorvete, chimarrão, andar de bicicleta, cantar e
dançar).
Tu és o melhor que me aconteceu. O amor que eu sinto por ti é indizível. Mas
o pouco que eu consigo expressar vem pelas imagens. Lembro-me com grande
alegria que foi enquanto tinhas dois anos que eu ouvi uma das melhores frases
vindas de ti. Eu estava chegando do trabalho, por volta das 23h e 23h30m. Assim
que eu abri a porta da garagem ouvi tua voz: “meu papai chegou”. Que abraço eu
te dei. Queria mostrar ao mundo o tamanho do meu orgulho naquela hora, a imensidão
da minha alegria. Nesses teus dois anos vimos as tuas frases a cada dia mais
completas; o entrosamento com os coleguinhas da escola cada vez melhor (e,
segundo as ‘tias’, a tua liderança sobressaindo na mesma proporção). Foi também
nesse biênio que começamos a ter uma espécie de retribuição do carinho que te
damos – tu vens repetindo o que te dizemos: querida, amor, presente de Deus,
princesa, gatinha, bichinho, entre outras palavras que visam dar a dimensão
carinhosa que tu mereces. E não adianta, a gente não cansa de dizer que te ama.
Já indo para o meio dos teus dois anos, tiramos todas as dúvidas que
podia pairar sobre nós em relação ao teu gosto pela música. Ah, meu amor, nada
paga te ouvir cantando e imitando a Teresa Salgueiro em “olha, está chovendo na
roseira...”, nem tem paga te escutar ensaiando Garota de Ipanema. Vanessa da
Mata, Daniela Araújo e até dizendo serem tuas músicas as da Colbie Caillat ou,
ainda, repetindo sem parar o Your Love never fails na versão do Don Moen. As tuas
danças no tapete também não tem preço. Outro dia, enquanto assistíamos o canal Vh1, lá estavas tentando imitar a Byoncé.
Era cômico e lindo ao mesmo tempo.
O meu desejo é que tu, cada vez mais, continue assim crescendo e
brincando. Cantando e tagarelando. Vivendo e aprendendo. Junto com a gente,
sendo muito, muito, muito amada.
E como a gente sempre te disse, e agora beirando os três anos tu vens
repetindo:
Eu te amo muito, muito, muito.
[1] Letra e
música de Abdullah e Cacá Moraes, belamente interpretado pela Adriana Partimpim
no seu primeiro disco. O DVD, presente de uma colega de trabalho, é uma das
coisas mais ouvidas em casa no momento.