sexta-feira, 29 de junho de 2012

[AS TUAS PALAVRAS: tô linda?]

Levi Nauter






Meu anjinho,
Com o passar dos meses tu vens falando cada coisa lindinha...
Sabe, filha, a gente adora te dar elogios. Não sei a mamãe, mas eu, de minha parte, acho que tem a ver com os poucos elogios que recebi na minha infância. Não tenho muitas lembranças de alguém me dando a maior força ou elogiando. Por isso tomei a decisão de encher-te de elogios, de carinhos e de beijinhos a todo o momento. Quando vais dormir, eu chego na beira da tua cama e digo “te amo muito muito muito”, dorme com Deus. Quando vais para a escola eu te dou um beijo, recebo o teu e digo que “te amo” e logo digo “fica bem, meu amor”.
Disse tudo isso para dizer também que quando a gente não te elogia tu parece reclamar.
Dia desses estávamos numa loja de roupas. Enquanto a mamãe olhava alguma coisa pra ela e eu pra mim, tu fazias o mesmo.
Pegaste uma calça bem colorida (eu estava te cuidando de longe como que propositalmente querendo descobrir o que irias fazer) e começaste ame procurar. Até que me achaste.
Colocando-a na altura do peito, questionaste:
- tá linda, papai?
- claro que sim, filha.
Tu fica bem em tudo.




[AS TUAS PALAVRAS: na minha trás]

Levi Nauter





Filha maravilhosa,
Como é bom ficar perto de ti. Agora, com os teus três anos, as tuas falas, os teus gestos vêm se intensificando ainda mais. Para mim, essa é a fase mais maravilhosa que estou passando contigo, porque tu queres falar tudo e perguntar tudo. Como tem sido maravilhoso te ver gesticulando bastante ao falar as coisas que queres dizer.
Dentre as muitas falas tuas, uma me deixa ainda mais caído de amor por ti.
Há momentos – em meio as brincadeiras que fazemos aqui em casa, ou na casa da vovó, ou noutro lugar – que tu parece querer cuidar tanto de mim quanto da mamãe. É um carinho teu, talvez como um reflexo de como te tratamos. Já aconteceu, por exemplo, de eu fingir ter caído e tu vieste me ‘socorrer’. Na ocasião, disseste “eu te ajudo, papai”; e embora a tua força estivesse longe de me erguer, a tua tentativa (com uma carinha fazendo força) foi para mim um gesto impagável.
Em outro momento sublime e fingi estar com medo de um bicho. Sem pestanejar tu te impuseste.
- que foi papai?
- o pai tá com medo.
Com as tuas mãozinhas vieste, com todo o carinho:
- papai, fica na minha trás que eu ti cuido.

E é claro que eu fiquei atrás de ti. E fui bem cuidado.







NOTA
A foto é de um dia em que estávamos almoçando.


segunda-feira, 11 de junho de 2012

[sugestão de leitura]


Levi Nauter


Sabe filha, 

Sempre tivemos uma grande preocupação com o modo como estamos cuidando de ti. Quando temos de tomar alguma decisão intransponível (algumas soam assim para nós) é sempre difícil para nós. Não foram poucas as vezes nas quais eu e a mamãe – por telefone ou em conversas na nossa casa, no carro, num passeio – discutimos saudavelmente sobre as nossas atitudes para contigo. Sabemos da importância que tem termos esse cuidado. O modo como falamos e agimos contigo e o modo como agimos entre nós (eu e a mamãe) tem, ao nosso ver, um impacto sobre a tua vida.
Ao adquirirmos um livro queremos que ele seja significativo para nós e que o reflexo se dê na melhora da relação dos três que formam a nossa família.
Um livro que compramos é para fazer a diferença positivamente para nós.
Assim é este que acabamos de ter em mãos.