sábado, 25 de fevereiro de 2012

Beirando os três anos, nunca mais esquecerei o dia 24-03-2009. Foi o dia mais feliz e mais tenso da minha vida.

 

 Vieste de olhos fechados num dia marcado
Sagrado prá mim
Vieste com a cara e a coragem
Com malas, viagens, prá dentro de mim,
meu amor
                                                                                                                   Ivan Lins













                                                                                                       







[poses e evoluções]



                                                                                                                                    Levi Nauter



Abençoado seja o espírito de curiosidade (...) uma vez mais seja louvado o deus dos curiosos
José Saramago

  




  Florzinha:
Como o objetivo deste blog é registrar coisas a teu respeito para uma leitura tua posteriormente, não poderia deixar passar batido essa.
A foto ilustra uma nova mania tua. Fazer poses. Basta eu ou a mamãe estar com uma câmera que tu fazes essa pose. Não importa a roupa ou o acessório que tenhas por perto, a pose é sempre esta, o sorriso também.

Já quanto à evolução estamos – eu e a mamãe – acompanhando bem de pertinho a tua gradativa superação e apreensão das letras. A mais notável tem sido as palavras cujas consoantes são seguidas de ‘r’. Um exemplo bem básico e simples é a palavra PRAIA. No verão passado, tu dizias ‘PAIA’, lá por uns sete ou oito meses depois a evolução foi para PLAIA. Era notável, portanto, que ao ouvir os outros (adultos ou crianças com faixa etária maior que a tua) tu percebias alguma coisa a mais na palavra cuja tradução tua foi uma espécie de ‘L’. Fomos à plaia. Agora que voltamos, já percebemos um “R” aparecendo. E estamos muito felizes contigo.
Nós te amamos.







NOTA
Texto escrito e digitado em 25-02-12, ao som do cd Because He First Loved Us, da Cheri Keaggy.
Epíteto do Saramago retirado da pág 103 do excelente livro Todos os nomes. Por que gente tão boa morre?

[SUGESTÃO DE LEITURA – criando meninas]




Levi Nauter
 
 





...as crianças reais se desenvolvem, geralmente, de maneira bem diferente das crianças imaginadas pelos pais.
Elogie bastante sua filha. Em famílias nas quais todos se sentem bem, proporção entre observações negativas e positivas é de uma para cinco.
Gisela Preuschoff


 
 
 
 
 
 
 
Não estou escrevendo para minha filha, mas, sim, a todos os pais de meninas. Quero sugerir um livro cuja leitura concluí em dezembro/2011.
Criando meninas, da alemã Gisela Preuschoff , é bem interessante. Não se pretende um livro de receitas, querendo desvendar todos os mistérios dos pimpolhos. Ao contrário, mescla relatos pessoais, apresenta fatos científicos e experiências a partir de pesquisas alemãs.
Com esse livro ratifiquei o que vivi na prática com minha filha: as mulheres não são sexo frágil – elas apenas acreditaram numa mentira. A Maria Flor nasceu prematura e todos os prognósticos indicavam que ela deveria ficar um tempo na UTI Neonatal. No entanto, meu amorzinho nasceu e seu desenvolvimento foi tal que não ficou um minuto sequer na UTI que a aguardava. Claro, nasceu com o peso mais baixo que o normal, mas com tudo o mais na perfeita ordem possível. Seu apgard inicial foi 9; cinco minutos depois já era 10. Tudo funcionando perfeitamente bem.
Pois o livro, ao comprovar que as meninas se sobrepõem aos meninos em muitos quesitos, traz dados científicos para isso.
Há um vasto apontamento sugerindo o que fazer para aprimorar-se cada vez mais a relação entre pais e filha, entre as amigas e a filha. As fases pelas quais a menina passará (os medos, as curiosidades) até tornar-se uma jovem mulher. A importância das figuras materna e paterna no crescimento saudável da criança. Tudo isso com uma escrita leve que flui sem nenhum truncamento.
Recomendo. Um pai sempre terá o que aprender com essas leituras.




 
 
NOTA
Texto escrito em 29-01-12; digitado em 25-02-12, ao som do cd de apresentação do inglês Stuart Townend - Introducing Stuart Townend, 2010.

[as três perguntas]


Ah, meu amor, como sonhei com essa data.

Muitas vezes me peguei imaginando o dia em que teria uma filha a qual eu pudesse paparicar. E isso significaria acompanhar-te nas brincadeiras, tornar cada minuto o melhor do mundo. Ultrapassaria sobremaneira ao que já citei participar da tua ‘iniciação’ ao mundo das perguntas desconcertantes.

Sabe, meu amor, estou exatamente nesse início teu.

Acredito que não seja em razão do Barney e seus amigos - muito embora eles, sem dúvida, tenham contribuído para a boa chegada nesse estágio – essencialmente se pensarmos na canção que tu mais canta do cd. Eu e a mamãe, há tempo, adquirimos o primeiro trabalho solo de uma cantora que a gente gosta. Em termos musicais ela nem é a melhor coisa do mundo, compõe, porém, muito bem. Uma das composições que mais ‘gastamos’ no cd foi a Gabriel. Nela, Paula Toller deu vida (ao trabalhar harmonia, métrica, notas musicais) a uma série de perguntas feitas a ela pelo filho Gabriel. Mais tarde, a Adriana Partimpim fez uma bela versão musical da mesma poesia, quando do seu primeiro cd.

Estás no lindo e ao mesmo tempo complicado tempo das perguntas. Das três perguntas que mais saem da tua boca. Lindo porque é a realização de um sonho; complicado por ser milhões de vezes as respostas solicitadas, ou seja, é muito cansativo. Responder a uma pergunta é superlegal. Mas vá responder até quanto ao ar que se respira. É terrivelemente cansativo; a gente tem de cuidar  praticamente tudo o que vai dizer, falar.

Há alguns meses a gente precisa pensar nas tais perguntas antes de dizer alguma coisa. Afinal, uma, duas ou todas poderão aparecer:
1-    Quem é?
2-    ‘puquê’?
3-    Que tu tá fazendo ou Que tu vai fazê?

Nunca imaginei que essas indagações fossem , em alguns momentos, bem desconcertantes.
Aí aparece mais uma função de ser pai: lidar com tantas perguntas.
Eu te amo. Muito!!!












NOTA
Escrevi esse texto ao som do último disco de um cara que se renova com o passar dos anos, e cada vez fica melhor: Don Moen, cd Uncharted Territory (2011).