sábado, 25 de fevereiro de 2012

[as três perguntas]


Ah, meu amor, como sonhei com essa data.

Muitas vezes me peguei imaginando o dia em que teria uma filha a qual eu pudesse paparicar. E isso significaria acompanhar-te nas brincadeiras, tornar cada minuto o melhor do mundo. Ultrapassaria sobremaneira ao que já citei participar da tua ‘iniciação’ ao mundo das perguntas desconcertantes.

Sabe, meu amor, estou exatamente nesse início teu.

Acredito que não seja em razão do Barney e seus amigos - muito embora eles, sem dúvida, tenham contribuído para a boa chegada nesse estágio – essencialmente se pensarmos na canção que tu mais canta do cd. Eu e a mamãe, há tempo, adquirimos o primeiro trabalho solo de uma cantora que a gente gosta. Em termos musicais ela nem é a melhor coisa do mundo, compõe, porém, muito bem. Uma das composições que mais ‘gastamos’ no cd foi a Gabriel. Nela, Paula Toller deu vida (ao trabalhar harmonia, métrica, notas musicais) a uma série de perguntas feitas a ela pelo filho Gabriel. Mais tarde, a Adriana Partimpim fez uma bela versão musical da mesma poesia, quando do seu primeiro cd.

Estás no lindo e ao mesmo tempo complicado tempo das perguntas. Das três perguntas que mais saem da tua boca. Lindo porque é a realização de um sonho; complicado por ser milhões de vezes as respostas solicitadas, ou seja, é muito cansativo. Responder a uma pergunta é superlegal. Mas vá responder até quanto ao ar que se respira. É terrivelemente cansativo; a gente tem de cuidar  praticamente tudo o que vai dizer, falar.

Há alguns meses a gente precisa pensar nas tais perguntas antes de dizer alguma coisa. Afinal, uma, duas ou todas poderão aparecer:
1-    Quem é?
2-    ‘puquê’?
3-    Que tu tá fazendo ou Que tu vai fazê?

Nunca imaginei que essas indagações fossem , em alguns momentos, bem desconcertantes.
Aí aparece mais uma função de ser pai: lidar com tantas perguntas.
Eu te amo. Muito!!!












NOTA
Escrevi esse texto ao som do último disco de um cara que se renova com o passar dos anos, e cada vez fica melhor: Don Moen, cd Uncharted Territory (2011).

Nenhum comentário:

Postar um comentário