sábado, 24 de março de 2012

[a piscina de uva]



Levi Nauter


Minha filha querida,
O título desse texto ameniza um pouco o que tenho para falar. Era para ser ‘a difícil arte de cuidar de uma flor’. Resolvi mudar, colocar um título bom para falar de algo que não é tão bom assim. Mais tarde enquanto avançará nos teus estudos vão dizer que eu fiz um eufemismo.

Fomos ao médico novamente. Começamos a notar umas feridas estranhas em ti. Num primeiro momento achamos que seria uma simples alergia provocada por formiga. Coloquei veneno. As feridas não apenas não cessaram como aumentaram. Em todo o teu corpo começou a aparecer alguma coisa tipo picada de mosquito (ou formiga). Marcamos médico.
O cara te olhou e diagnosticou: ela está com a bactéria estafilococos. E nos disse (a mamãe estava na consulta também) para não menosprezarmos o que estava ocorrendo. Sabonete (sabofen), pomada (mupirocina), antibiótico (cefalexina) e um tal de permanganato de potássio – um líquido roxo cuja função é diluí-lo em água morna numa banheira e te deixar lá dentro por uns cinco minutos.  Mas o que faríamos para te convencer a entrar numa água como aquela? Com os outros remédios seria fácil, com exceção do antibiótico de 6 em 6 horas.
Tínhamos de achar um jeito, eu não poderia simplesmente ficar três dias de atestado e não te cuidar direito. Então pensamos numa ideia que deu certo, o médico tinha dito para a gente te dar banho numa piscina com suco de uva.
Foi um santo remédio (a descoberta do convencimento).
Três vezes ao dia lá ia eu:
“filha, vamos para a piscina de uva?”
Eba, eu quero!!!
Ufa.



Um comentário:

  1. Muito permanganato usei. E deixa uma mancha roxa engraça rsrsrssrsrsr. Banho de assento é um dos nomes, cicatrizante dos bons.

    Bjs,

    Tia Ane

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