terça-feira, 17 de agosto de 2010

palavras

Levi Nauter



Filha maravilhosa:
Tu não imaginas o quanto somos felizes por te ter aqui em casa. A nossa vida mudou completamente, em todos os sentidos. Outra pessoa numa casa, tendo saído de nossas entranhas, é uma maravilha só. Quando estás dormindo a gente fica te apreciando; enquanto te alimentas (já estás na época em que tentas as primeiras autonomias com a colher) ficamos admirados com a tua evolução. Quando eu ou a mamãe te damos banho ficamos abobados com a tua euforia – uma das coisas mais lindas do mundo é te ver tomando banho, faceira, empolgada com a água, com a espuma do sabonete. E o que são tuas perninhas brigando para não sair do banho? Lindas. A gente dá muita risada. E a nossa felicidade só aumenta.
Mas agora deste em falar sem parar.
Ontem, liguei para a mamãe da escola onde trabalho à noite. Enquanto conversávamos ouvia teus gritinhos, querendo falar ao telefone.
Meu anjo, que emoção foi ouvir tua voz. Tanto eu quanto a mamãe ríamos de tão felizes. A mamãe disse que tu caminhava pra lá e prá cá na garagem – como se fosse gente grande. Ao telefone, eu nada entendia do que tentavas me dizer, mas a felicidade foi tanta que isso era o que menos importava. Repeti diversas vezes que amava e ouvia do outro lado da linha um lindo “ah?”. Como sonhei nesse instante estar pertinho de ti para te encher de beijinhos no rosto.
A gente já não pode mais atender o telefone sem que queiras conversar também com quem nos liga.
Isso só reforça a nossa tese: és o melhor presente que poderíamos ter ganhado de Deus.
Te amamos muito.
 

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