Levi
Nauter
Filha,
Em
alguns textos, como este aqui, pretendo ser bem direto. Será o jeito de eu
tentar atualizar-te para, no futuro, tu poderes ler quase tudo sobre o teu
desenvolvimento com o passar dos anos. Afinal, este é o objetivo do blog: falar sobre o teu desenvolvimento
e, de quebra, demonstrar, com isso, o meu amor por ti.
Eu
já comentei noutro texto que após a tua chegada as coisas mudaram bastante aqui
em casa. A
mamãe, por exemplo, que adora as coisas nos seus devidos lugares, está sofrendo
um pouco. Tu tiras absolutamente tudo do lugar. A gente (eu e ela) tem que
ficar de olho em ti, repetindo massivamente “isso não”, “aquilo tem de ficar
ali, ou lá...”. É uma tarefa cansativa, mesmo quando a tua bagunça merece até
ser fotografada pela ousadia, ou por ser engraçadinha. Mas tem algo que ainda
nos causa alguns desconfortos. Trata-se do quanto uma criança não tem muita
noção de discrição.
Ir
ao supermercado sempre fora tranquilo. Até teus dois anos e meio. Até essa
data, bastava a gente pegar um carrinho que tivesse a cadeirinha, colocar-te
nela, andar por aproximadamente dois corredores que logo tu dormias. Agora?
Hummm, agora!
Coitado
do pai se tu enxergares aqueles com carrinho. Isso aconteceu outro dia.
Estávamos num grande mercado, lotado, de modo que não havia os tais carrinhos.
Bastou tu olhares uma criança no carrinho para (já chorando e querendo
arrancá-la à força) gritar: “é esse que eu quero”. No início me deu uma
vergonha dos teus gritos. Pensei coisas como “por que eu não deixei essa guria
com a avó?”. A mamãe, com seu jeitinho carinhoso, amenizava alegando que você
era só um “bebê”. Obviamente que concordei com a mamãe.
Então
eu, pai coruja que sou, fui até o estacionamento, esperei os pais de uma
criança descarregarem o carrinho e levei-o pra ti.
A
tua felicidade foi notória.
E
eu te amo.
NOTA: a foto foi tirada por mim, no celular; a jaqueta foi um presente do vô Josué.
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