sexta-feira, 31 de agosto de 2012

[o pai que se dane]






Levi Nauter

Filha,
Em alguns textos, como este aqui, pretendo ser bem direto. Será o jeito de eu tentar atualizar-te para, no futuro, tu poderes ler quase tudo sobre o teu desenvolvimento com o passar dos anos. Afinal, este é o objetivo do blog: falar sobre o teu desenvolvimento e, de quebra, demonstrar, com isso, o meu amor por ti.
Eu já comentei noutro texto que após a tua chegada as coisas mudaram bastante aqui em casa. A mamãe, por exemplo, que adora as coisas nos seus devidos lugares, está sofrendo um pouco. Tu tiras absolutamente tudo do lugar. A gente (eu e ela) tem que ficar de olho em ti, repetindo massivamente “isso não”, “aquilo tem de ficar ali, ou lá...”. É uma tarefa cansativa, mesmo quando a tua bagunça merece até ser fotografada pela ousadia, ou por ser engraçadinha. Mas tem algo que ainda nos causa alguns desconfortos. Trata-se do quanto uma criança não tem muita noção de discrição.
Ir ao supermercado sempre fora tranquilo. Até teus dois anos e meio. Até essa data, bastava a gente pegar um carrinho que tivesse a cadeirinha, colocar-te nela, andar por aproximadamente dois corredores que logo tu dormias. Agora? Hummm, agora!
Coitado do pai se tu enxergares aqueles com carrinho. Isso aconteceu outro dia. Estávamos num grande mercado, lotado, de modo que não havia os tais carrinhos. Bastou tu olhares uma criança no carrinho para (já chorando e querendo arrancá-la à força) gritar: “é esse que eu quero”. No início me deu uma vergonha dos teus gritos. Pensei coisas como “por que eu não deixei essa guria com a avó?”. A mamãe, com seu jeitinho carinhoso, amenizava alegando que você era só um “bebê”. Obviamente que concordei com a mamãe.
Então eu, pai coruja que sou, fui até o estacionamento, esperei os pais de uma criança descarregarem o carrinho e levei-o pra ti.
A tua felicidade foi notória.
E eu te amo.




NOTA:  a foto foi tirada por mim, no celular; a jaqueta foi um presente do vô Josué.

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