sexta-feira, 8 de outubro de 2010

desenhos

Levi Nauter





Meu anjo:
‘Caiu’ em minhas mãos mais um livro para o meu aperfeiçoamento contigo[1]. Eu fico contente quando isso acontece, sem nenhum esforço, de repente, alguém me empresta ou chega algo novo numa das escolas que trabalho.
Foi o caso de Desenho de criança, da Maureen Cox[2]. Imediatamente pensei em ti ao folhar o livro. Atualmente eu e mamãe temos de tomar cuidado com o que folhear perto de você. Quando isso acontece, tuas lindas mãos logo querem pegar o lápis ou a caneta e até o livro ou a revista a fim de riscá-los. A leitura aqui em casa se alterou um pouco em razão disso.
Também lembrei de um desenho que uma criança fez para mim há alguns anos. Fiquei tão contente que peguei-o e colei no vidro do carro – como se fora um adesivo.
Não vejo a hora de colar os teus desenhos em nosso carro, em nossa casa e onde for possível. Imagino – e fico natorcida – que o livro Desenho de criança me faça ter um outro olhar diante dos teus rabiscos. Possivelmente, emotivo que sou, a primeira reação será de encantamento. A priori, tudo o que fazes nos enche de alegria, inclusive tuas reações aos nossos nãos. Em seguida, num pós-leitura da obra, espero compreender e apreender teu discurso pictório. Veremos.
Depois eu te conto, prometo.
Te amo muito.





[1] Já usei esse termo em outros textos. Pareceu-me conveniente, no entanto, deixar claro que tenho ótima relação contigo. Sou um pai babão. Se estou perto de ti não desgrudo, te encho de abraços e beijos – sem contar que digo, a todo momento, que és meu presente de Deus. Portanto quando me refiro a ‘aperfeiçoamento’ é no sentido de melhorar, sem pressão psicológica, cada vez mais minha paternidade dando-te toda a segurança e tranqüilidade das quais precisas para viver com qualidade nesse mundo fastfood.
[2] Publicado pela Martins Fontes.


NOTA
Texto  escrito em 07-10-10 e digitado no dia seguinte ao som do CD Sleep Through the static, do suave Jack Johnson.

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