domingo, 20 de março de 2011

[a difícil arte de cuidar de uma Flor]

Levi Nauter



Aqui em casa, filha, a gente possui flores e apesar do trabalho que temos fazemos de tudo para cuidar delas. As flores exigem de nós um cuidado tranquilo. Sabe, meu amor, até você já nos alerta: ‘auáua fossinha’ – traduzindo: colocar água na florzinha. Isso é maravilhoso porque muitas vezes a gente esquece mesmo.
Porém, há uma flor mais difícil de cuidar; uma flor mais bela, mais inteligente. Essa flor tem-me feito perder alguns sonos desde o dia 16-03-11. Mas faço isso com muito prazer. Tenho a impressão de que qualquer pai (ou a maioria deles faria isso).
Cuida de uma flor é fácil, cuidar da Flor é difícil.
Eu gostaria de falar apenas de coisas boas. Mas a vida não é feita só de coisas boas. Como essas viroses que te pegam e quase te derrubam. É por causa delas que nos vimos em apuros buscando aliviar-te dos antibióticos. Mas a pediatra homeopata e todas as pessoas bem informadas sabem que a tal homeopatia leva tempo. Estamos tentando.
Quarta-feira, 16-03, levei-te até a Dra. Vera. Estavas com secreção nasal e bastante tosse; nenhuma febre. Ela receitou uma medicação homeopática. Demos a você. Dois dias depois, não em razão da medicação, lá estava eu, outra vez. Ao longo da madrugada tiveste febre. Então, fomos orientados a te medicar de hora em hora. Ganhei uma receita de antibiótico para o caso de a febre não baixar. No dia 20-03 estávamos eu, mamãe e alguns parentes teus muito preocupados. Tua febre não baixava dos 38, 39,5. Teu rosto – que consideramos lindo, lindo – estava vermelho e era uma quentura só. Choramingavas o tempo todo, pedia colo a todo instante e tomava muita água. Saí a cata do antibiótico aqui onde moramos. Não havia farmácia aberta; a única que encontrei não tinha o remédio (Amoxil BD 400). Fomos para Canoas, compramos o remédio e te damos. Aproximadamente três ou quatro horas depois a febre começava a ceder. Mamãe, que só chorava de tão nervosa, começou a se acalmar. Você, amor, que até então estava acabrunhada começava a andar, a falar, a chamar pela vovó e pelo vovô.
Como foi maravilhoso ver-te brigando de novo, resingando, determinada a deixar claro o que queria. Ver-te com saúde é a melhor coisa que pode ocorrer com a nossa Flor preferida.
Estou dizendo isso para mostrar que a tarefa de um pai e de uma mãe é tão maravilhosa quanto árdua. Há momentos em que damos muitas risadas aqui por casa, junto contigo. Noutros, alegra-nos simplesmente contemplar-te brincando, sorrindo e cantando. Há outros, ainda, que choramos ao ver o teu choro; sentimos dores quando te vemos abatida e sem aquela leveza de menina linda que és. E estamos fazendo e sempre faremos tudo o que for necessário para te ver bem. Agora temos um novo desafio pelos próximos doze dias: fazer-te tomar o remédio de 12 em 12 horas. Talvez isso dê outro texto. Aí escreverei.
Te amamos.



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